Sobre a punheta na Modernidade

Segundo o filósofo e cineasta Woody Allen, a masturbação é o sexo com a pessoa que mais amamos na vida. Mas nem sempre foi assim. Após longo período incólume (exceto quando o filósofo grego Diógenes de Sínope punhetava-se na ágora), a prática passa a ganhar um toque satânico. Foi Tomás de Aquino quem primeiro viu o Cão na arte, afirmando que tal habilidade era mais pecaminosa do que o pecado de trepar com a própria mãe.

Como a medicina medieval, a exemplo de quase de todo o saber produzido no período, vinha a reboque do que diziam os auditores de Deus na terra, o rito ao deus Onã ganha, além do diabolismo de Tomás, uma pincelada científica. Os cientistas da alma, que pouco conheciam dos eflúvios da carne, diziam que o esperma era uma criança em miniatura e que, portanto, alimentar os ácaros do lençol seria algo tão condenável quanto um infanticídio, como ainda hoje se prega em algumas alcovas religiosas.

Mas é no século XVIII que a mão vira efetivamente um instrumento do Bode Preto. Em 1712, um tratado anônimo descrevia, com minúcias que somente um Doutor em punheta profissional poderia conhecer, os malefícios da tão condenada ginástica localizada. Dentre as mais terríveis conseqüências, incluía-se: a loucura, a sífilis e o crescimento de pelos nas mãos.

Ainda no século das Luzes acesas, um certo Samuel Auguste Tissot, médico suíço, publica em 1758 o “Ensaio sobre as doenças decorrentes do onanismo”. É aí que o cerco se fecha contra os esportistas: distúrbios do estômago e da digestão, perda do apetite, fome voraz, vomitos, náuseas, debilitação dos órgãos respiratórios, tosse, rouquidão, paralisias, enfraquecimento do órgão de procriação (a ponto de causar impotência), falta de desejo sexual e ejaculações noturnas, diurnas e verpertinas. Tais conjecturas causaram um verdadeiro surto de complexos de culpa, medos, recalcamentos e de polução involuntária entre os jovens.

Mas no final da Modernidade, sobretudo com Freud (que não via no metier nada além de uma coçadinha inocente) e Nietzsche (que, segundo Richard Wagner, masturbava-se por questões higiênicas e morais) a punheta começa a ganhar o glamour que nunca teve (excetue-se, novamente, o filósofo do barril).

Avançando no século XX, alguns especialistas (provavelmente punheteiros inveterados) passam a encarar a brincadeira como algo absolutamente salutar e recomendável, levando a se criar uma verdadeira indústria do sexo ermitão. Mas infelizmente esse período não é objeto deste blog.

6 comentários:

Anônimo disse...

Este texto me fez relembrar a preocupação que tinha quando muleque ao bater punheta. Sentia um desejo enlouquecedor de bater uma e chegava sempre a vias de fato, apesar de sentir um medo enorme de meus seios crescerem e ficar parecido com o Zé teta da rua, pois diziam que ele ficou assim de tanto bater punheta. O tesão na punheta era maior e não me preocupava nem um pouco em ficar com as tetas grandes ou com a mão peluda.
Um viva a punheta a maneira mais segura de se fazer sexo.

Anônimo disse...

Ninho, não lembro desse Zé Teta. Quem é?

Unknown disse...

Masturbação é algo normal, muito comum e hoje em dia é falado mais abertamente sobre se masturabar. O que me preocupa é que falo com muitos jovens que falam de suas difuculdas dentre elas masturabação... falam de um dependência em se masturbar, precisam disso, devo levar em consideração que os hormônios estão a flor da pela já passei por isso também assim como a maioria dos homens, mas a jovens já com mais de 20 anos têm essa dependência e deve-se pensar sobre a masturbação o porquê dessa necessidade, ao meu ver para muitas pessoas a masturbação é uma solução falsa, para um problema verdadeiro no que se refere a afetividade, não que o problema seja somente afetivo podem ter outros problemas onde resolução falsa para esses problemas é se masturabndo. Finaliza dizendo novamente a dependência da masturbação sob meu ponto de vista é uma solução falsa para um problema verdadeiro e real vale ressaltar que não me refiro nessa asserção jovens que estão com hormonios a flor da pele.

Livia disse...

Sou mulher e sempre tive medo de me tocar, mas sempre me toco. Uma vez meu pai me pegou tocando uma siririca so deu tempo de eu cheirar minha mao e dizer pra ele que tava com uma coceirinha... Ele fechou a porta e comecou a rir. Mas afinal mulher se masturba tb ou e lenda?

Carla_SP disse...

Ai Meu DEUS!!! Lembro que minha mãe dizia que não podiamos usar o chuveirinho muito tempo porque senao pegava doenca. E que nao podia passar a mão lá embaixo porque senão o cheiro sempre ia ficar ruim... So quando tive 25 anos que pude me tocar ae depois eu perdi a virgindade com meu namorado. Demorou mas foi bom

Pedro disse...

Então é legal lembrar eu já me sentia diferente, quando ficava de pinto duro ao abraçar meu primo mais velho. Lembro que nos viamos revistas de sacanagem (não playboy) nos masturbavamos, até que um dia comecei a introduzir objetos no meu anus e aquilo que todos falam do PONTO G do homem é a pura verdade. Confesso que no começo achava aquilo estranho, mas então comecei a me masturbar de outra maneira, mas achava que era pecado, ainda acho. Acho que devo ir prum monastério, vários conhecidos tem ido.