Charles Bukowski e a Filosofia

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Charles Bukowski (este distinto senhor da foto ao lado – o da sua direita, leitor; não consegui identificar o sexo do(a) que está à esquerda) não foi Moderno e muito menos filósofo. Não tinha tempo para essas coisas… Gostava de apostar nos “cavalinhos”, beber, boxear na rua e acumular trepadas com as prostitutas de Los Angeles. De quando em quando escrevia alguns artigos em jornais e revistas underground e posteriormente reunia os escritos em livros.

Nos textos de Bukowski, não é comum vê-lo mencionar os filósofos ou a filosofia. Normalmente ele voltava sua metralhadora contra os poetas (“imbecís que gostam de falar de si e de suas mães”) e contra os inúmeros patrões que ele teve em suas perambulações pelos EUA. Em relação à apreciação de Bukowski acerca da filosofia, além do que vai abaixo, lembro-me que ele escreveu em algum lugar que preferia mil vezes papear com um bêbado americano do que ler um filósofo grego. Enfim. Vamos dar a palavra ao fanfarrão:

“Tenho lido os filósofos. São uns caras realmente estranhos,  engraçados e loucos. Jogadores. Descartes veio e disse: ‘é pura bobagem o que esses caras estão falando’. Disse que a matemática era o modelo da verdade absoluta e óbvia. Mecanismo. Então, Hume veio com seu ataque à validade do conhecimento científico causal. E depois veio Kierkegaard: “Enfio meu dedo na existência – não tem cheiro de nada. Onde estou?”. E depois veio Sartre, que sustentava que a existência é absurda. Adoro esses caras. Embalam o mundo. Será que tinham dor de cabeça por pensar dessa forma? Será que uma torrente de escuridão rugia entre seus dentes? Quando você pega homens como esses e os compara aos homens que vejo caminhando nas ruas ou comendo em cafés ou aparecendo na tela da TV, a diferença é tão grande que alguma coisa se contorce dentro de mim, me chutando as tripas.”

Charles Bukowski

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