Cartas de Van Gogh

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Sem Título-1
É fato conhecido que Vincent Van Gogh viveu boa parte da sua vida - a artística - sob condições adversas, dos bens de seu irmão Theo. Também, por ser costume da época, mandou diversas cartas. Vincent não é um literato puro, mas deixou nessas cartas uma vastidão de sabedoria e beleza em versos fortes e singelos.
Sei que no Brasil está para vender o livro 'Cartas a Theo' (o nome já se explica), mas prefiro o site VanGoghLetters.org - que tem todas as cartas do gênio em seu original.
Mas trago, também, trechos dessas cartas.
Janeiro de 1882
“Mas você pode estar certo, Théo, que quando fui pela primeira vez à casa de Mauve com meu desenho feito a pena e que Mauve me disse: - Você deveria tentar trabalhar com carvão, com pastel, com pincel e com esfuminho – Eu tive tremendas dificuldades para trabalhar com este material novo. Fui paciente e isto não parecia me ajudar em nada, então às vezes perdia a paciência a ponto de pisotear meu carvão e perder toda a coragem.”

Abril de 1882
“É uma coisa admirável olhar um objeto e acha-lo belo, pensar nele, retê-lo, e dizer em seguida: Vou desenha-lo, e trabalhar então até que ele esteja reproduzido. Naturalmente, contudo, esta não é uma razão para que eu me sinta satisfeito com minha obra a ponto de acreditar que não precisaria melhora-la. Mas o caminho para fazer melhor mais tarde é fazer hoje tão bem quanto possível, e então naturalmente haverá progresso amanhã.”
Novembro de 1885 – Fevereiro de 1886
“Com tudo prefiro pintar os olhos dos homens, mas que as catedrais, pois nos olhos há algo que nas catedrais não há, mesmo que elas sejam majestosas e se imponham, a alma de um homem, mesmo que seja um pobre mendigo ou uma prostituta, é mais interessante a meus olhos.”

(...)
“Já desenhei duas tardes lá, e devo dizer que acredito que, justamente para fazer figuras de camponeses, é muito bom desenhar à antiga, sob a condição, com tudo, de que não se faça como de hábito. Os desenhos que vejo, na verdade acho-os todos fatalmente ruins e radicalmente fracassados. E sei muito bem que os meus são totalmente diferentes: O tempo dirá quem está certo.”

Verão de 1887
“E me ocorre sentir-me já velho e fracassado e com tudo ainda suficientemente apaixonado para não ser um entusiasta da pintura. Para ter sucesso é preciso ambição, e a ambição me parece absurda. Não sei o que será, gostaria especialmente de viver menos as suas custas – e doravante isto não é impossível -, pois espero fazer progressos de forma que você possa, sem hesitações, mostrar o que faço sem se comprometer.”

Outubro de 1888
“Sinto em mim a necessidade de produzir até estar moralmente esmagado e fisicamente esvaziado, justamente porque não tenho nenhum outro meio de chegar a participar das despesas.”

Julho de 1890
“Pois bem em meu próprio trabalho arrisco a vida e nele minha razão arruinou-se em parte.”

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Sepultura toca a “Nona” (homenagem do blog a Ludwig van Beethoven)

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Garotos Podres cantam “A Internacional” (homenagem do blog a Marx e Engels)

Comunismo                                                                                         Comunismo

Comunismo                                                                                         Comunismo

Rogério Skylab vai à psicanalista (homenagem do blog a Sigmund Freud)

Rogério Skylab mata passarinho (homenagem do blog ao filósofo da Revolução Industrial, Francis Bacon)

Rogério Skylab canta algumas partes do corpo humano (homenagem do blog ao Marquês de Sade)

Rogério Skylab pensa, logo, existe (homenagem do blog a René Descartes)


E Shakespeare também foi moderno

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“SHYLOCK - Para isca de peixe. Se não servir para alimentar coisa alguma, servirá para alimentar minha vingança. Ele me humilhou, impediu-me de ganhar meio milhão, riu de meus prejuízos, zombou de meus lucros, escarneceu de minha nação, atravessou-se-me nos negócios, fez que meus amigos se arrefecessem, encorajou meus inimigos. E tudo, por quê? Por eu ser judeu. Os judeus não têm olhos? Os judeus não têm mãos, órgãos, dimensões, sentidos, inclinações, paixões? Não ingerem os mesmos alimentos, não se ferem com as armas, não estão sujeitos às mesmas doenças, não se curam com os mesmos remédios, não se aquecem e refrescam com o mesmo verão e o mesmo inverno que aquecem e refrescam os cristãos? Se nos espetardes, não sangramos? Se nos fizerdes cócegas, não rimos? Se nos derdes veneno, não morremos? E se nos ofenderdes, não devemos vingar-nos? Se em tudo o mais somos iguais a vós, teremos de ser iguais também a esse respeito. Se um judeu ofende a um cristão, qual é a humildade deste? Vingança. Se um cristão ofender a um judeu, qual deve ser a paciência deste, de acordo com o exemplo do cristão? Ora, vingança. Hei de por em prática a maldade que me ensinastes, sendo de censurar se eu não fizer melhor do que a encomenda.”

[Trecho da peça “O Mercador de Veneza”]

Aos diabos também o comunismo! (Max Stirner)

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“Ao declararem que só a livre atividade constitui a essência do homem, os comunistas precisam, como toda a mentalidade dos “dias úteis”, de um domingo, tal como toda a aspiração material precisa de um deus, de elevação e edificação, paralelamente ao seu “trabalho” destituído de espírito.

Quando o comunista vê em ti o ser humano, o irmão, esse é apenas o lado dominical do comunismo. Do ponto de vista do “dia útil”, ele não te vê como ser humano sem mais, mas antes como trabalhador humano, ou homem trabalhador. O primeiro ponto de vista denota o princípio liberal, no segundo esconde-se o iliberalismo. Se tu fosses um “preguiçoso”, ele não iria desconhecer o homem em ti, mas procuraria purificá-lo da preguiça, para te converter à crença de que o trabalho é “o destino e a vocação” de ser humano.”

Max Stirner

A gaia ciência hedonista

Fourier
“Quando não se ocupava das transformações do mar em vasta extensão de limonada ou dos meios de fazer crescer um arquibraço saindo do tórax dos habitantes de sua cidade ideal, Charles Fourier (1772 – 1837) se interessava pelas morais repressivas que grassam desde sempre para lhes preferir o que ele denominava, usando um belo termo, contramoral; aquela que lavrou, apesar das perseguições e dos riscos, o princípio do prazer contra o princípio de realidade, a que preferiu o gozo e o hedonismo ao recalcamento e ao ascetismo. Nos cadernos que deixou, e que os ratos pouparam – pois os roedores fizeram mais mal aos manuscritos do que a glosa dos universitários –, pode-se ler a respeito: “A contramoral foi pouco ou nada estudada: é uma análise que poderia fornecer uma obra especial muito interessante, e desagradável para os moralistas cujos sistemas ela confundiria”. Contra Fourier é de duvidar que os moralistas em questão aceitam ver suas crenças e suas certezas abaladas por alguns hedonistas, que eles se apressariam em soçobrar sob pretexto de falta de seriedade, de ausência de rigor, ou de incapacidade para o sistema. Isso quando não se utilizasse uma apreciação moral para relegá-los por indecência, inconsequência ou vulgaridade, às estantes de segunda categoria, atrás das obras completas de Kant, por exemplo.”
[Texto extraído do livro “A arte de ter prazer”, do filósofo francês Michel Onfray]

Algumas citações de Fourier encontradas Internet a dentro:
“A ampliação dos direitos das mulheres é o princípio básico de todo progresso social.”
“Todos esses caprichos filosóficos, a que se chamam deveres não têm qualquer relação com a natureza.”
“O casamento parece ter sido inventado para recompensar os perversos.”
“Um rico casamento é comparável ao batismo, pela prontidão com que apaga toda a mácula anterior.”

Mais um filósofo que vale a pena estudar…

Baixe o filme “Blaise Pascal”, de Roberto Rossellini

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Concluindo o lançamento dos filmes do mestre italiano Roberto Rossellini sobre grandes filósofos da Humanidade, a Versátil e o Instituto Luce apresentam o inédito Blaise Pascal, cinebiografia do filósofo, teólogo e matemático francês Blaise Pascal (1623 – 1662). Este DVD traz ainda o depoimento de Franklin Leopoldo e Silva, professor de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP).
Rossellini acompanha a trajetória de Pascal, dos 17 anos até sua morte precoce, mostrando seus célebres estudos de Matemática e Geometria, incluindo a criação da primeira calculadora mecânica; seus trabalhos revolucionários sobre o vácuo, os fluidos e a pressão atmosférica; sua relação com o Jansenismo e a concepção de suas principais obras filosófico-religiosas.
Com austeridade, ternura e realismo, Rossellini realizou um filme de extrema beleza sobre os conflitos religiosos e filosóficos de um personagem histórico fascinante
Download: Parte 1 / Parte 2 / Parte 3
Fonte: http://cafesfilosoficos.wordpress.com/2009/09/01/blaise-pascal/

Provocação!


Até que a modernidade tentou não morrer. Pelejou, estrebuchou, grunhiu, relinchou... mas morreu. Pelo menos na produção filosófica digna desse nome... morreu... Graças ao Indizível...


Aos libertinos




Aos Libertinos


"Voluptuosos de todas as idades e de todos os sexos é a vós apenas que ofereço esta obra: nutri-vos de seus princípios, eles beneficiam vossas paixões, e essas paixões, com as quais os frios e insípidos moralistas vos assustam, são apenas os meios que a natureza emprega para que o homem alcance as intenções que ela tem sobre ele; atentai apenas a essas paixões deliciosas; seu órgão é o único que vos deve conduzir à felicidade.

Mulheres lúbricas, que a voluptuosa Saint-Ange seja vosso modelo; desprezai, a exemplo dela, tudo o que contraria as leis divinas do prazer que a acorrentaram durante toda a vida.

Donzelas cerceadas durante um tempo demasiado longo nos laços absurdos e perigosos de uma virtude fantástica e de uma religião repugnante, imitai a ardente Eugênia; destruí, pisai, com a mesma rapidez que ela, em todos os preceitos ridículos inculcados por pais imbecis.




E vós, amáveis debochados, vós que, desde a juventude, não tendes outros freios senão vossos desejos nem outras leis senão vossos caprichos, que o cínico Dolmancé vos sirva de exemplo; ide tão longe quanto ele se, como ele, quereis percorrer todos os caminhos floridos que a lubricidade vos prepara; deixai-vos convencer ao seu ensino de que apenas ampliando a esfera de seus gostos e de suas fantasias, apenas sacrificando tudo à voluptuosidade é que o infeliz indivíduo conhecido como homem, e lançado a contragosto nesse triste universo, pode conseguir semear algumas rosas nos espinhos da vida."


[Marquês de Sade. A Filosofia na Alcova. Tradução de Mary Amazonas Leite de Barros. São Paulo: Circulo do Livro, s/data.]





Kantismo pictórico



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Max Stirner e o anarquismo individualista no final da Modernidade

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De 1806 à 1856, ou seja, no curto espaço de cinqüenta anos, esteve entre nós um trovão anarquista que gritou à babel filosófica européia sons inauditos. O trovão chamava-se Max Stirner, o precursor daquilo que viria a ser chamado de “anarquismo individualista”. Dentre os inúmeros impropérios  desferidos em seu livro “O Único e Sua Propriedade” (clique aqui para baixar o e-book completo), salientamos o que segue:

“Nada é a causa de Deus e da humanidade, a não ser eles próprios. Do mesmo modo, Eu sou a minha causa, eu que, como Deus, sou o nada de tudo o resto, eu que sou o meu tudo, eu que sou Único.
Se Deus e a humanidade, como vós assegurais, têm em si mesmos substância suficiente para serem, em si, tudo em tudo, então eu sinto que a mim me faltará muito menos, e que não terei de me lamentar pela minha “vacuidade”. O nada que eu sou não o é no sentido da vacuidade, mas antes o nada criador, o nada a partir do qual eu próprio, como criador, tudo crio.
Por isso: nada de causas que não sejam única e exclusivamente a minha causa! Vocês dirão que a minha causa deveria, então, ao menos ser a “boa causa”. Qual bom, qual mau! Eu próprio sou a minha causa, e eu não sou nem bom nem mau. Nem uma nem outra coisa fazem para mim qualquer sentido.
O divino é a causa de Deus, o humano a causa “do homem”. A minha causa não é nem o divino nem o humano, não é o verdadeiro, o bom, o justo, o livre, etc., mas exclusivamente o que é meu. E esta não é uma causa universal, mas sim... única, tal como eu.
Para mim, nada está acima de mim!”

Ebooks – História da Filosofia Moderna

Do Humanismo a Descartes

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De Spinoza a Kant

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Do Romantismo ao Empiriocriticismo

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No berço do Renascimento II: MICHELANGELO


Video-aula: História da Arte - Romantismo



Racionalismo Cartesiano



Hegelianismo pictórico


Pina Bausch, Almodóvar, e o Romantismo Alemão...


A remissão é possível? De que maneira? Responda nos comentários.


No berço do Renascimento: ANDREA DEL VERROCCHIO



O Renascimento é o período que assinala o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Surge na região italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e Siena. Em atividade e grande influência nas artes da Renascença, o florentino Andrea del Verrocchio, (1435-1488) foi escultor, ourives e pintor. Entre seus alunos, destacam-se Leonardo da Vinci e Sandro Botticelli, além de ter influenciado Michelangelo. Em 1478, Verrocchio começou seu trabalho mais importante, uma estátua equestre de Bartolomeo Colleoni, que tinha morrido três anos antes. A estátua é notável pela expressão firme de comando no rosto de Colleoni. Era a primeira tentativa de produzir uma estátua com uma das pernas do cavalo não tocando o chão. Verrocchio enviou para seus clientes um modelo de cera em 1480 em em 1488, ele finalmente mudou-se para Veneza para ajudar na fundição da estátua. Contudo, ele morreu antes de terminar o trabalho.

Romantismo pictórico II


Caspar David Friedrich, "Um homem e uma mulher diante da lua" (Berlim, Staatliche Museen).
Este quadro exprime certo clima intelectual e certa atmosfera espiritual do romantismo (em clara antítese com o Iluminismo), que trazem em primeiro plano os misteriosos encantamentos das sombras noturnas, com suas evocações e com a inspiradora atmosfera "lunar", juntamente com a nostalgia que suscita (recordemos os poetas Novalis e Hölderlin). Os dois personagens que contemplam a lua, assim como Friedrich os representa, exprimem de modo verdadeiramente emblemático, como os estudiosos bem salientaram, a "romântica fuga do espírito, para além daquilo que vemos".

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Romantismo pictórico


Caspar David Friedrich, " Viandante sobre o mar de névoa " (Hamburgo, Kunsthalle).

Friedrich exprime aqui de modo emblemático a figura de um homem que encarna a romântica Wanderung (o vagar pelo mundo), impelido pelo desejo indefinível de aproximar-se do infinito, de inserir-se na natureza em um abraço quase cósmico.

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Você sabia?



Você sabia que em pleno século XVIII, contemporâneo de Kant, em meio às luzes esclarecidas, houve um médico-filósofo que sorria, que fazia apologia opiácea e que se dizia, como “as patas de Vaucanson em Paris” (!), “sem alma, sem espírito, sem razão, sem virtude, sem discernimento, sem gosto, sem polidez e sem costumes”? Sim, houve. Era especialista em doenças venéreas... Deixemos que ele se apresente em terceira pessoa: “Ele se gaba de ter gasto cem mil libras por dissipações e volúpias, antes de se tornar Doutor; e vangloria-se de se fazer criar Doutor por meio do dinheiro que lhe restava depois de suas dissipações”.




Provocador desde o útero, o médico-filósofo, defensor radical do ateísmo, nasce em 25 de dezembro de 1709... Foi médico das guardas francesas do duque de Grammont e no exercício de suas atribuições viveu, em decorrência de uma febre altíssima, um hápax existencial que o inscreverá filosoficamente nas obscuras adjacências da grande avenida da história da filosofia. Deixemos que Frederico II nos conte o causo: “Durante a campanha de Fribourg, o Sr. De La Mettrie foi atacado por uma febre alta: para um filósofo, uma doença é uma aula de física; ele acreditou perceber que a faculdade de pensar nada mais era do que uma conseqüência da organização da máquina, e que o distúrbio das molas influía consideravelmente nessa parte de nós que os metafísicos chamam de alma. Imbuído dessas idéias durante sua convalescença, carregou com audácia a chama da experiência pelas trevas da metafísica; tentou explicar, com a ajuda da anatomia; a textura sutil do entendimento, e só encontrou mecânica onde outros supuseram uma essência superior à matéria”. Em suma, os gritos de sua carne o conduzem à filosofia materialista, ao monismo... hedonista.



Sua filosofia irá escandalizar o século das Luzes, mas apenas Sade o reconhecerá... La Mettrie, além de seu singular aprendizado, pela carne quente, de que a realidade se reduz a um monismo materialista, irá encontrar nas estripulias opiáceas mais uma legitimação para a sua teoria. Dirá que “o ópio é o verdadeiro meio de chegar à felicidade e ao paraíso de uma máquina”. Nesse registro, vale para La Mettrie o que Elisabth de Fontenay dirá de Diderot: é um “Materialista encantado”... Nosso médico-filósofo insiste no caráter paradisíaco conhecido pelo opiômano: felicidade, doçura, tranqüilidade, beatitude, doces trevas, dirá ele.



O princípio lamettriano é simples: “O homem é uma máquina, e no universo há uma única substancia diversamente modificada”. Matéria, matéria e suas variações. É sobre essas variações, sobre as interferências materiais, sobre as implicações combinatórias dos elementos materiais que La Mettrie versará.



Ainda no registro opiáceo, La Mettrie defenderá as experiências extáticas, vertiginosas, de arrebatamentos dionisíacos: sob o ópio, ficamos livres das imposições da gravidade e do equilíbrio do espaço: “Acreditamos cair do céu na terra ou no mar, de lá elevar-se às núvens, girar como m turbilhão no ar e, em seguida, ser precipitados com todo o universo nos mais profundos abismos”. Ilusões de ótica, multiplicação de objetos, modificações irracionais de cores. Desrespeito às leis da física muito mais digno e agradável do que as elucubrações dos livros dos metafísicos...



La Mettrie foi um panfletário condenado por seus pares médicos. Foi marido e pai indigno: enrabichou-se por uma prostituta que nem se quer era bonita. Dele dirá Voltaire: “Ele proscreve a virtude e o remorso, elogia os vícios, convida seu leitor a todas as desordens, tudo sem má intenção”. Morreu em 1751 de uma indigestão de patê de águia disfarçado de patê de faisão com trufas, guarnecido de toucinho de péssima qualidade, carne de porco moída e gengibre...

Turkish March - por Mozart e por Beethoven




Baixe o filme "Descartes", de Roberto Rossellini


Rossellini extrai trechos inteiros de algumas das obras fundamentais do pensador, como O Discurso do Método (1637) e as Meditações Metafísicas (1641), para compor as ações “dramáticas” do personagem. São procedimentos teóricos de Descartes, cuja função seria fundar a autonomia do pensamento racional diante da fé. Vale dizer que, naquela época, toda démarche racionalista tinha de ser, também, uma negociação com a autoridade religiosa. Donde, nas Meditações, Descartes precisar, primeiro, ocupar-se das provas da existência de Deus, para apenas depois afirmar que o Cogito (a Razão) se sustenta por si só. “Eu sou, eu existo”, deduz, pelo simples fato de pensar. A conclusão entrou para a história do conhecimento como a frase famosa “Penso, logo existo”.

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Vídeo-aula: Filosofia Moderna


Teste seus conhecimentos

1. Onde nasceu Rousseau?
a) Paris
b) Nance
c) Genebra
d) Leon
e) La Haye

2. Leia o enunciado abaixo. Para completá-lo marque a alternativa correta.
Segundo Hobbes (séc. XVII), para cessar o estado de vida em que os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, onde “homem é o lobo do homem”, (UFU 2002)
a) os homens reafirmam a liberdade natural e a posse natural de bens, riquezas e armas.
b) os homens inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam.
c) os homens aceitaram que a única lei é a força do mais forte, que conquista e conserva tudo quando usa.
d) os homens decidem passar à sociedade civil e ao Estado Civil, criando as leis e o poder político.
3. O homem no estado de natureza em Rousseau é:
a) agressivo e anti-social, causando a guerra de todos contra todos
b) sociável e piedoso, é o bom selvagem
c) indefeso contra os animais, mas usa as mãos para sobreviver
d) solitário e auto-suficiente
e) igual aos animais, semelhante a um orangotango
4. Que disputa é associada com os pensadores Leibniz e Newton?
a) A disputa pelo reconhecimento da precedência do desenvolvimento do cálculo infinitesimal.
b) O sistema físico de Newton que entrava em conflito com a Teodicéia de Leibniz, de 1710, o que movimentou a comunidade científica da época
c) O fato de Leibniz ter sido um agente do governo alemão que obrigou Newton a se exilar no início do século XVIII
d) A negociação da mão de Charlotte Felicitas, filha de Johann Friedrich.
5. Filósofo que foi secretário de Francis Bacon
a) Descartes
b) Hume
c) Hobbes
d) Pufendorf
e) Locke
6. Para Thomas Hobbes e John Locke, a comunidade política era
a) artifício criado pelos homens através de um contrato.
b) direito natural.
c) mandamento divino.
d) imposição de poder de um único homem sobre os outros.
7. Onde nasceu Locke?
a) Wrington
b) Londres
c) Liverpool
d) Cambridge
e) La Haye
8. Filósofo que acolheu Rousseau quando este se encontrava perseguido:
a) Voltaire
b) Diderot
c) Hume
d) Condillac
e) D´Alembert
9. Filósofo que polia lentes para sobreviver, em certa altura de sua vida:
a) Espinosa
b) Descartes
c) Leibniz
d) Rousseau
e) Diderot
10. (UFU - 2001) - O que há de comum entre as teorias dos filósofos contratualistas é que
a) eles partem da análise do homem em estado de natureza, isto é, antes de qualquer sociabilidade.
b) no estado de natureza, o homem possui segurança e paz, pois é dono de um poder ilimitado.
c) os interesses egoístas não existem no estado de natureza, pois os homens realizam todos os seus desejos.
d) as disputas evitam a guerra de todos contra todos, pois os homens desfrutam de todas as coisas.
11. A causa da existência do mal em Leibniz é:
a) A escolha humana no livre arbítrio
b) O fato de Deus ter criado o mundo e se tornado oculto a ele
c) A imperfeição dos seres, que se fossem perfeitos seriam Deus
d) O não perdão de Deus ao pecado original
e) A predestinação
12. Que livro de 1625 inaugura o direito internacional?
a) O Leviathan, de Thomas Hobbes
b) Elementorum jurisprudentiae universalis libri duo, de Puferdorf
c) O contrato Social de Rousseau
d) O direito de guerra e paz, de Grotius
e) Tratado sobre os dois governos, de Locke
13. O exemplo do sol e do pão encontram-se em:
a) Investigação sobre o Entendimento Humano – Hume
b) Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano – Leibniz
c) Tratado sobre a natureza humana – Hume
d) O leviatã – Hobbes
e) Ensaio sobre o Entendimento Humano – Locke
14. Qual é a melhor tradução para a frase "cogito, ergo sun"
a) Quem cogita ergue
b) O homem é a medida de todas as coisas
c) O homem é bom a sociedade o corrompe
d) Cogito, logo sou
e) Penso, logo existo
f) O sol aperfeiçoa o pensar
15.A harmonia pré-estabelecida é um conceito da filosofia de:
a) Descartes
b) Leibniz
c) Espinosa
d) Berkeley
e) Montesquieu
16. Para John Locke, filósofo político inglês, os direitos naturais do homen eram
a) família, propriedade e religião.
b) liberdade, propriedade e servidão.
c) propriedade, servidão e família.
d) liberdade, igualdade e propriedade.
e) família, religião e pátria.
17. Qual é o primeiro livro filosófico de Rousseau
a) Emílio
b) Nova Heloísa
c) Contrato Social
d) Discurso sobre a origem e o fundamento das desigualdes entre os homens
e) Discurso sobre as ciências e as artes
18. Filósofo que é santo da Igreja Católica, morreu a mando de Henrique VIII:
a) São Tomás de Aquino
b) Santo Agostinho
c) Santo Anselmo
d) São Tomás More
e) São Francis Bacon
19. (UFU - 2001) - Na obra Crítica da Razão Pura, Imannuel Kant, examinando o problema do conhecimento humano, distinguiu duas formas básicas do ato de conhecer. Assinale a alternativa CORRETA
a) O conhecimento religioso e o conhecimento ateu.
b) O conhecimento mítico e o conhecimento cético.
c) O conhecimento sofístico e o conhecimento ideológico.
d) O conhecimento empírico e o conhecimento puro.
e) O conhecimento fanático e o conhecimento tolerante.
20. Pai do liberalismo, defendeu o direito sagrado à propriedade:
a) Adam Smith
b) Malthus
c) Pareto
d) Hobbes
e) Locke


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Alguns e-books da bibliografia

Hegel - Introdução à História da Filosofia

Hegel - A Razão na História

Kant - Crítica da Razão Pura

Nietzsche - Obras Incompletas (Coleção Os Pensadores)

Osvaldo Giacóia - Nietzsche (Coleção Folha Explica)

Kant - O que é esclarecimento

Marx - Teses sobre Feuerbach