Max Stirner e o anarquismo individualista no final da Modernidade

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De 1806 à 1856, ou seja, no curto espaço de cinqüenta anos, esteve entre nós um trovão anarquista que gritou à babel filosófica européia sons inauditos. O trovão chamava-se Max Stirner, o precursor daquilo que viria a ser chamado de “anarquismo individualista”. Dentre os inúmeros impropérios  desferidos em seu livro “O Único e Sua Propriedade” (clique aqui para baixar o e-book completo), salientamos o que segue:

“Nada é a causa de Deus e da humanidade, a não ser eles próprios. Do mesmo modo, Eu sou a minha causa, eu que, como Deus, sou o nada de tudo o resto, eu que sou o meu tudo, eu que sou Único.
Se Deus e a humanidade, como vós assegurais, têm em si mesmos substância suficiente para serem, em si, tudo em tudo, então eu sinto que a mim me faltará muito menos, e que não terei de me lamentar pela minha “vacuidade”. O nada que eu sou não o é no sentido da vacuidade, mas antes o nada criador, o nada a partir do qual eu próprio, como criador, tudo crio.
Por isso: nada de causas que não sejam única e exclusivamente a minha causa! Vocês dirão que a minha causa deveria, então, ao menos ser a “boa causa”. Qual bom, qual mau! Eu próprio sou a minha causa, e eu não sou nem bom nem mau. Nem uma nem outra coisa fazem para mim qualquer sentido.
O divino é a causa de Deus, o humano a causa “do homem”. A minha causa não é nem o divino nem o humano, não é o verdadeiro, o bom, o justo, o livre, etc., mas exclusivamente o que é meu. E esta não é uma causa universal, mas sim... única, tal como eu.
Para mim, nada está acima de mim!”

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